
-
Arquitetos: Bric Arquitetura | Portillo e Pantoja
- Área: 150 m²
- Ano: 2025
-
Fotografias:Juliano Colodeti - MCA Estudio
-
Fabricantes: Legado Rio

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este apartamento de 150m² na Lagoa, Rio de Janeiro, nasceu do desejo dos moradores (um casal com dois filhos de 8 e 10 anos) de honrar a arquitetura original do edifício modernista dos anos 1950-60, projetado por Amaro Machado e Lolo Cornelsen. O projeto preserva pilares, vigas e piso de tacos originais, destacando a iluminação contínua proveniente das janelas em fita. A planta generosa foi transformada principalmente na área social.


O que era o prisma do edifício deu lugar a um jardim de inverno, por meio da abertura de vãos e instalação de esquadrias nas paredes. Essas janelas de sucupira e vidro que emolduram o paisagismo foram abraçadas por uma bancada de concreto aparente branco, que já é considerada uma marca do escritório em homenagem ao brutalismo brasileiro. Essa estrutura central é o eixo principal do apartamento, integrando as salas de estar e jantar às cozinhas - sendo uma principal atrás da estrutura de cobogó em tijolinhos e outra em ilha, para atender outra paixão da família que é cozinhar com os amigos.

O conceito do projeto combina a preservação das características originais do apartamento com a expressão da personalidade dos moradores, que valorizam muito o hábito de leitura. Os livros foram organizados em uma grande estante de Freijó que se tornou destaque da sala. Para garantir privacidade durante o trabalho remoto, o home office foi concebido como uma 'caixa' no mesmo material, posicionada atrás da estante, formando com ela um único bloco de marcenaria solto que não toca o teto, destacando a permeabilidade visual e mantendo livres a estrutura original e as esquadrias do apartamento.

Na decoração, tudo é novo: os arquitetos apostaram em uma mistura equilibrada de mobiliário vintage e design contemporâneo. Entre os destaques estão a tapeçaria dos anos 1960 do artista Kennedy Bahia, o quadro do Raul Mourão no pilar exposto, a poltrona Kilin e o banco Mocho de Sergio Rodrigues, as banquetas Girafa de Lina Bo Bardi e o sofá Block do Estudio Bola. A paleta de cores combina madeira natural, concreto branco e cinza e tons de tijolo, criando uma atmosfera acolhedora e atemporal.

Na área íntima, os arquitetos optaram por não criar suítes nem lavabo, priorizando o uso livre e coletivo dos ambientes. Assim, o banheiro do casal e o banheiro das crianças foram mantidos espaçosos, fora dos dormitórios. No quarto das crianças, o destaque fica por conta da antesala separada do dormitório, que da acesso ao mezanino de brincadeiras e leitura, estruturado em marcenaria de gaxeta, com acesso duplo por uma escada de madeira com degrau em concreto branco e por uma parede de escalada.













